A Cama na Varanda: Homem em crise
POR REGINA NAVARRO LINS
Qualquer variação no jeito de falar, andar e mesmo sentir, pronto: sua masculinidade é posta em dúvida. Assim como a feminilidade, a masculinidade foi construída há cinco mil anos, a partir do surgimento do patriarcado. O homem, então, se definiu como um ser privilegiado, acreditando ser mais forte, mais corajoso, mais decidido, mais responsável, mais criativo, mais racional.
Isso serviu para justificar, durante milênios, a dominação da mulher e também estender essa ideologia de dominação a outras esferas: a homens mais fracos, raças, nações e à própria natureza. Houve uma mudança radical nas mentalidades, e a evolução das sociedades pacíficas e de parceria, que existiam até então, foi mutilada. A cultura imposta pelo homem, autoritária e violenta, acabou sendo vista como normal e adequada, como se fosse característica de todos os sistemas humanos. No entanto, a masculinidade está em crise.
Há 40 anos as mulheres passaram a questionar e exigir o fim da distinção dos papéis masculinos e femininos, ocupando os espaços sempre reservados aos homens. A certeza do homem superior à mulher foi abalada.
No entanto, a mudança das mentalidades demora algumas vezes mais de cem anos para se concretizar, mas isso não importa, desde que se abra um espaço definitivo para a autonomia de homens e mulheres. Isso é pré-condição para uma relação de parceria entre os sexos em todas as áreas.
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