Ser mãe aos quarenta
Ramy Arany - ramyarany@kvt.org.br
14/5/2011

As de famílias abastadas podiam contar com as amas que muitas vezes passava de mãe para filho, porém as de classe menos favorecidas contavam consigo mesmas e com a ajuda de familiares, principalmente das mães e das avós.
Porém, na atualidade a tendência é a mulher ter filhos com mais idade, de onde saiu o tema deste artigo: mãe aos quarenta. Parece que quarenta anos é uma idade importante para a mulher, como se fosse o marco de um novo ciclo para várias situações, inclusive para a maternidade. É comum ouvirmos as mulheres falarem: “eu só quero engravidar quando chegar aos quarenta e olhe lá!”
Algumas questões importantes são partes desta condição que tem crescido cada vez mais. Uma delas, penso que seja a mais forte de todas, é a questão da mulher da atualidade pensar mais em si mesma, nos estudos, numa carreira profissional, em seu desenvolvimento pessoal, numa estabilidade financeira, emocional, sentimental e também numa condição interna de amadurecimento, que lhe dê condições de ser mãe e ao mesmo tempo se sentir confortável e realizada.
Outra questão é que a mulher aos quarenta já superou algumas ilusões amorosas, como por exemplo, encontrar um companheiro ideal para ser o pai de seu filho. Nesta idade a mulher já é bem mais “pé no chão” e aceita relacionamentos menos ideais no sentido do “príncipe encantado” ou da “alma gêmea”.
Outra questão vem da dificuldade da mulher engravidar através do processo natural e tentar engravidar até chegar aos quarenta, como se fosse uma idade limite. Algumas conseguem, outras, no entanto, partem para uma gravidez assistida através dos vários métodos que a medicina tem disponibilizado à mulher, dependendo de sua individualidade e grau de dificuldade em relação a sua natureza biológica.
De qualquer forma, quarenta anos não deixa de ser uma idade limite para quem quer engravidar, pois quanto mais idade tiver a mulher, maiores serão os riscos assumidos. Biologicamente, os óvulos também vão envelhecendo aumentando a tendência de riscos durante a gestação bem como no parto.
Em relação à maturidade da mulher-mãe aos quarenta a tendência é que seja mais sustentada pelos anos de experiências vividas. Contudo, isto também é muito pessoal, pois há mulheres bem jovens que possuem uma maior maturidade se comparada a uma de quarenta. Porém, a tendência é ter mais paciência, profundidade, qualidade e consciência da gestação aos quarenta; em contrapartida o corpo físico também já é mais desgastado aos quarenta, o que traz, também, um maior cansaço, pois há menos resistência física para passar os nove meses de gestação e ainda acompanhar todo o crescimento do bebê após o parto.
Fica difícil estabelecer comparações entre as gestações de mulheres mais novas com as mais velhas, pois ambos os casos nos mostram prós e contras. Penso que o importante é engravidar quando se reconhece que é o momento correto, independente da idade. Mesmo que a gravidez lhe pegue de surpresa e você seja uma das mães aos quarenta ou mais, lembre-se de que a idade não importa quando existe a permissão interna para ser mãe.
Penso que ser mãe não é somente engravidar e ter o bebê, mas sim uma consciência que se constrói junto com o desenvolvimento do filho, pois somente nasce uma mãe quando nasce um filho. Desta forma, nenhuma mulher é obrigada a saber ou ser mãe antes de ter o filho, mas, sim, aprender com ele o que é ser mãe. Por isto a relação entre a mãe e o filho é um elo muito sagrado e muito forte e isto independe de idade e sim de maturidade, entrega e amor verdadeiros.
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