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domingo, 20 de fevereiro de 2011

ESPECIAL:


HISTÓRIAS, CONTOS, MISTÉRIOS E LENDAS DE JAGUARÃO


UM CEMITÉRIO NO CENTRO DA CIDADE

Fazendo uma viagem ao passado, lá pelos anos 30/40, época que Jaguarão tinha como cidade os limites sul a norte, do rio Jaguarão até a rua 24 de Maio, lateral da escola Joaquim Caetano e como limite leste oeste, a rua dos Andradas até a rua dos trilhos, rua Uruguai. O restante chamavam de aldeia ou subúrbio. Até pouco tempo existiu o armazém "Clarão da Aldeia" do Sr. Álvaro Gonçalves ou Doca (Rua General Câmara esquina Coronel de Deus Dias). Porque Clarão da Aldeia? Bom, além da rua dos Andradas, já era aldeia e não possuía luz elétrica, seu Doca conseguiu com o Prefeito Dr. Hermes Pintos Affonso, para puxar por sua conta, um fio elétrico até a esquina, onde colocou uma lâmpada de 1.000 wats, fazendo um enorme clarão na escura aldeia. Todas as noites os moradores diziam: Vamos conversar lá no clarão da aldeia, dando nome ao armazém.
Bem perto dali, existiu as ruínas de um cemitério que na época já haviam algumas edificações em cima desse terreno dando frente para a rua Marechal Deodoro. A família Figueiró, a fábrica de fumos Mauá Ltda, e a família do seu Vigica.
No restante ficava um campo com pastiçal, taquaral, muitos túmulos e uma enorme pileta onde lavavam os ossos. O cemitério abrangia todo quarteirão que hoje está cortado pela rua Marechal Rondon.
Era grande a gurizada que brincava na rua dos Andradas. Os meninos jogavam futebol e as meninas passa-passará. Durante a noite brincavam de pega ladrão ou pedra livre entrando no cemitério para esconderijo. Mas toda vizinhança tinha medo das assombrações que eram comuns aparecerem para espanto e comentário em toda cidade. Apareciam muitas coisas de arrepiar, mas algumas eram de brincadeira. Por exemplo: O Pedro, filho do Mariano Rocha e irmão do falecido Vanderlei (Escritório Rocha), recortava numa melancia, uma boca e dois olhos, acendia uma vela dentro e, colocava sobre um túmulo. Sua irmã, a Dalva, cobria-se com um lençol branco e corria entre as taquaras. Era um pavor.
Hoje a quadra está cheia de casas, mas nas escavações de todas elas, tiraram vários esqueletos. Em uma delas havia um esqueleto até com uma arma do lado.
Pelos relatos do Sr. Cláudio Rota Rodrigues que leu nos arquivos do Instituto Histórico e Geográfico de Jaguarão, em 23 de novembro de 1855, quando a vila foi elevada a  categoria de cidade, surgiu um caso de cólera um cidadão que havia chegado embarcado, e que este alastrou uma epidemia violenta, matando um terço da população, ou seja, entre 3 a 4 mil mortos. Com essa epidemia superlotou o tal cemitério encerrando as atividades de campo-santo.
As irmãs de Caridade haviam comprado um campo para fazerem um cemitério, mas com a mortandade que houve, começaram a enterrar pessoas antes de iniciarem as obras do atual cemitério das Irmandades.
Perto da BR 116, imediações do secador do Sr. Moacir Bretanha, abriram um grande valo onde amontoavam os corpos trazidos por carroças que percorriam a cidade juntando defuntos.
Os fazendeiros, chacreiros e familiares fugiam para os campos evitando a doença.
O Sr. Malaguês que morou por muitos anos até a fábrica de fumo incendiar, diz que tanto ele como os empregados e moças que trabalharam no turno da noite, viam assombrações.
Já outros moradores no local perto do antigo cemitério relatam que viam constantemente, um vulto passear por toda a casa e desaparecer sem abrir portas nem janelas.

PERAL DA NOIVA NO RIO JAGUARÃO

Como se sabe, é vastíssimo e variados os contos de assombrações nas ilhas e costa do rio Jaguarão. Há uma estória sobre o Peral da Noiva, que foi contada por um pescador que já tem aproximadamente 50 anos de profissão, o "Pião". Ele relata que entre o barranco denominado cabeça do boi e a charqueada, existe um buraco muito fundo de mais ou menos seis metros de profundidades no rio Jaguarão, ao lado de um ilha de pedra, com um redemoinho tão forte, ao ponto de desviar a rota dos barcos pela intensidade e força das águas.
No início do século passado entre 1915/1920, viviam na localidade da Charqueada, onde tem uma tapera, um casal de jovens, noivos prontos para casar. Ele foi trabalhar na colheita de arroz nas granjas do Uruguai, com o intuito de juntar dinheiro para o casamento. Ele morre num acidente por lá, e a moça desesperada, vestida de noiva, se atira no peral que ficou conhecido como peral da noiva, ou buraco da moça, porque nas noites de quinta-feira, ela aparece para pavor dos pescadores e de pessoas que acampam nas proximidades.
Certa vez, diz o Pião que presenciou quando uns rapazes tentavam atravessar uma tropilha de cavalos pelo rio e que uns três ou quatro animais que passavam próximo ao buraco da noiva, foram puxados pela força do redemoinho, aparecendo mortos, muitos metros adiante. Pião também narra como fenomenal uma façanha que aconteceu, quando numa pescaria nesse local, puxou um bagre branco de quase 23 quilos, para espanto de todos os colegas. 
O pescador Nei Rolim e seu colega Sérgio Correa, quando estavam acampados na localidade de Fanfa, ouviram um barulho como se aproximasse uma tropa de cavalos. Assustados, saíram rapidamente da barraca, com medo de serem atropelados pelos animais. Não avistaram a cavalhada, mas enxergaram um negro velho, montado num cavalo e tocando violão. Quando indagaram quem ele era, desapareceu o vulto e seguiu o barulho de uma tropilha disparando. 
Interessante que o mesmo fenômeno foi presenciado por uns jovens que estavam acampados perto do buraco da noiva, ouviram o mesmo barulho de uma cavalgada, quando saíram da barraca para verificar, enxergaram uma noiva correndo no campo, chorando e perguntando onde estava o seu amor.

O MONSTRO INVISÍVEL

Na década de 50, mais precisamente em 51/52, havia diversos programas no Teatro Esperança, que na época foi chamado também de Cine Esperança, pelo fato de vários filmes na década serem passados no local.
Diversas pessoas entre adolescentes e adultos assistiram nesse período uma fita em série (seriado) chamado de O Monstro Invisível, foi algo marcante pois causou grande impacto na época.
As mães, aproveitando a ocasião, começaram a assustar seus filhos peraltas com o tal monstro que era invisível e poderia atacar qualquer um em qualquer lugar e a qualquer momento sem ser visto.
A rapaziada que acompanhava o seriado no cinema ainda dava uma mãozinha dizendo que fulano ao ciclano haviam sido atacados, e qualquer um que tivesse algum ferimento ou lesão acidental, por menor que fosse diziam  também  terem sido vítimas do monstro esparramando ainda mais um horror que durou semanas. 
Hoje é claro, que não temos mais o cinema no Esperança, e com ele se foi toda aquela magia e encantamento dos grandes filmes e dos grandes artistas no tempo clássico que foram as décadas de 30/40 e 50 no cinema.
Esse seriado passado e relatado acima, era no entanto um filme em série: The Invisible Monster. Passado em 12 episódios, no ano de 1950, dirigido por Fred. C. Brannon e estrelado por Richard Weeb e Aline Towne.

O JAGUARÃO

Havia, dizem, no nordeste da terra que ocupavam os indígenas guaranis, margem direita do atualmente Rio Uruguai um animal anfíbio, monstruoso.
Vivia pelos rios da região desde o Rio Paraná espalhando-se por toda a zona missioneira da Argentina, de onde teria entrado, também, no Rio Grande do Sul através do Uruguai e seus afluentes. Foi parar no extremo sul, hoje gaúcho, entre o rio que recebeu o nome de Jaguarão e afluente deste a costa da Lagoa Mirim.
Isto teria acontecido muito antes do aparecimento do branco europeu na vasta região em que vivia o tal monstro anfíbio. Dizem que seu nome era Jaguaru ou Jagua-Ron e tinha corpo de lobomarinho e cabeça e patas armadas de garras de tigre, sendo do tamanho de um cervo ou cavalo pequeno.
Esse monstro era o terror dos indígenas, não porque os atacasse, mas porque suas vítimas, homens ou animais, jamais podiam salvar-se. Os indígenas, entretanto, perseguiam-no sempre, mas nunca conseguiram caçá-lo.
Dizem que era um só que percorria toda a região e visitava todos os rios em cujas barrancas fazia grandes escavações. De modo a provocar o desbarrancamento das margens sempre que animais ou pessoas delas se aproximassem demasiado. A terra caída, assim, levava consigo o imprudente, jogando-o à água. Dali, em seguida o monstro o retirava e arrastava para outra escavação. Abria-o, então, tirava-lhe os pulmões, única coisa que aproveitava, e jogava o cadáver novamente no rio.
Segundo a lenda, existia anfíbios-monstros no atual Rio Jaguarão, o que ficava comprovado pelas escavações em suas barrancas e por um caso que nele se passou com um grande grupo de guaranis dissidentes das tribos do Rio Uruguai, ou Uruai, como diziam os antigos. Um dia, esse grupo da tribo guarani, depois de muito caminhar em busca de novas terras abundantes em caça e pesca, tendo atravessado o atual Rio Grande do Sul desde o Rio Mirim, resolveu acampar por Pindaí até as margens da lagoa, ali entre a lagoa e as margens do bonito rio que lançava nela suas águas cristalinas.  Certa noite, noite clara de luar, resolveram pescar longe do acampamento – a pequena ocara erguida entre os atuais Arroio Juncal e Rio Jaguarão, e foram para as margens deste, justamente onde cavara seu leito formando altas barrancas. E estavam por ali em busca do lugar melhor para lançar suas redes, quando um dos companheiros aproximou-se demasiadamente da barranca, sendo tragado pelo desbarrancamento. E logo após o desastre o monstro anfíbio avançou sobre a vítima, que ainda se debatia, abrindo suas entranhas, tirando os pulmões e após saboreá-los, jogando o indígena às águas novamente, dando-lhe, assim, sepultura Sagrada. A tribo, desesperada, tratou de se retirar, deixando, porém, como sinal de sua passagem o nome do monstro na designação do bonito rio.
E aí temos o porque do nome rio Jaguarão.
Mas o monstro apesar de tudo era símbolo da resistência, pois jamais alguém conseguiu abatê-lo.
Jaguarão é bem símbolo moderno da resistência e persistência do monstro que lhe deu o nome e, ao mesmo tempo, o pulmão da Fronteira Sul do Rio Grande, pulmão que, pelo seu fôlego, merece o título glorioso de Cidade Heróica.


UM ANJO VESTIDO DE VERMELHO

A consagrada fotógrafa Marilu Duarte, fotografou vários túmulos e mausoléus do cemitério das irmandades, na foto do túmulo que tem dois anjinhos de mármore branco e outro vermelho. Ela mostrou para várias pessoas e mandou para apreciação das carismáticas que aconselharam queimar aquela foto.
Um menino de uns 7 ou 8 anos presenciou um velório noturno no cemitério, criando coragem e indo com alguns amigos. No momento do enterro ele seguiu o cortejo, entretanto, as pessoas que estavam junto com ele já haviam saído e tinham ultrapassado o túmulo dos anjinhos. Como ele avistava o público, correu para alcançá-los, mas ao enfrentar os anjinhos, voltou dizendo que tinha visto o diabo todo de vermelho.
Um jovem que morava na Rua Uruguai nas proximidades onde hoje está o prédio do Fórum, trabalhava de pintor de casas, mas seguidamente chamavam-no para pinturas no cemitério. Certa vez ele viu uma foto de uma moça num túmulo e se encantou pela beleza da mesma. Ele morava com os pais. Numa noite, bateram em sua casa, ele foi atender e era uma moça parecida com a que ele havia visto convidando-o para passear. Como era metido a valente, aceitou o convite. Deram um passeio e na hora de levá-la em casa ele seguiu na direção do cemitério. Ele, embriagado pela paixão, aceitou o desafio, levou-a até sua morada, no túmulo que havia visto. A partir daí, passou a visitá-la todas as noites, ao ponto de ficar muitas vezes por lá. Os amigos iam buscá-lo antes do amanhecer.
Ao passar as noites mal dormidas ao relento, ficou fraco e terminou sendo internado e morreu.
Muitos conheciam essa moça, ela foi noiva, se matou e foi enterrada com o vestido de noiva. Os amigos que estão vivos contam essa história, que é verdadeira.

  
A FLOR NO TÚMULO

Sempre que ouvimos falar de alguma história de mistério ou “do além”, paira a dúvida de que pode ser ou não verdadeiro o fato. E foi numa dessas histórias, contadas por nossos antepassados, que um grupo de jovens resolveu conferir de perto, ou seja, reviver a história, presentes no verdadeiro cenário – um cemitério de beira de estrada. Vamos ao fato.

Em uma roda de chimarrão, rodeados pela luz de um lampião e do luar em noite de lua cheia, que uma das senhoras, contou uma história horripilante. Ela começa assim:
Em um abandonado cemitério de beira de estrada de chão que liga os municípios de Jaguarão e Herval, aparecia uma mulher vestida de branco, de aparência jovem e tranqüila, que geralmente nas noites de quinta-feira, trazia consigo um bonito botão de rosa vermelha e o depositava em um dos túmulos do cemitério e desaparecia misteriosamente. Esse gesto era repetido várias vezes durante o mês e visto, segundo o relato de algumas testemunhas oculares. 
A gurizada que se reunia para apreciar as histórias contadas pelos antigos resolveu conferir pessoalmente e tirar suas próprias conclusões. 
O grupo, formado por duas meninas e um menino, se preparou munido de barraca, lampião, lanterna e máquina fotográfica, entrou no cemitério e permaneceu até o relógio marcar meia-noite. Os três jovens se posicionaram em frente o referido túmulo, no qual a mulher aparecia. O relógio marcava duas horas e 15 minutos e nenhuma presença estranha fora observada. Então o grupo resolveu se dividir, as meninas ficavam no portão do cemitério e o rapaz em frente ao referido túmulo e assim o fizeram. Quando o relógio marcava três horas da manhã de quinta feira, o rapaz sentiu um intenso frio naquele lugar e um nevoeiro tomou conta do cemitério, que não era possível avistar as meninas no portão, então ele gritou pelas companheiras, mas nenhuma resposta, então resolveu abandonar o macabro lugar, haja vista que o medo tomava conta do rapaz. Saiu em direção ao portão do cemitério e avistou as duas meninas. Chegando lá ficou irritado, pois chamou pelas meninas e não obteve resposta, elas alegaram que não ouviram chamado nenhum. Os três resolveram esperar o dia amanhecer (pois estavam em missão e não pretendiam abandonar o local) e quando o sol despontou, decidiram ir ao misterioso túmulo e lá encontraram um lindo botão de rosa vermelha depositado em cima do mausoléu, então fixaram os olhos para o retrato do jazigo e compararam a foto com a descrição contada pela velha senhora na roda de chimarrão. Tratava-se de uma linda jovem, aparentando uns 20 anos de idade e um expressivo sorriso nos lábios. Antigos moradores das redondezas do cemitério contam que ali fora enterrada uma jovem vítima de um acidente de carro e que no seu enterro, poucas pessoas se fizeram presentes (apenas os familiares mais íntimos) e que não se lembraram de levar nenhuma flor para ser depositada em seu túmulo.


O LOBISOMEM DO CAPÃO REÚNO

Capão Reúno é um pequeno bosque de eucaliptos a mais ou menos dez quilômetros da cidade, fundos do estabelecimento do Dr. Jorge Abel Neto e do outro lado fica o campo de João Alberto Pinto Bandeira com mata nativa que também pertence ao passo do Capão Reúno. Esse campo é parte da Fazenda da Luz do extinto Vasco Pinto Bandeira Filho. Fazenda da Luz era assim chamado porque no local aparece uma luz estranha que o Bandeira e o cabo Feijó aposentado da brigada, viram essa centenária luz.
Diz o Bandeira que sempre ouviu falar pelos antigos moradores, que naquele lugar degolaram muita gente no tempo das revoluções no início do século passado. Porque Capão Reúno? Porque naqueles campos invernavam os cavalos do exército, conhecidos como Reúnos. O pavor era generalizado entre o pessoal da campanha sobre as assombrações do capão Reúno. Contavam que ao passar de carroça ou a cavalo, sempre viam um animal preto parecido com cachorro mas do tamanho de um terneiro com 1 metro de altura e que avançava nos que passassem por ali. Alguns que desconhecessem a fama do local ou por ter quebrado a carroça ou outro problema qualquer e que tenham deixado os cavalos encilhados estes eram desencilhados misteriosamente. Outro caso se sabe é um conto de caçadores que a meia noite se ouve uns uivos muito fortes e avistam um animal preto que obriga qualquer valentão disparar desesperadamente. Deram tiros e o animal não recuou nem mostrou medo, demonstrando ser diferente de qualquer outro animal que normalmente foge de estampidos dos foguetes ou arma de fogo.


NEGRO RASTILHO

Na época da década de 40, comentavam que o Rastilho era um andarilho pelos campos e que praticava pequenos roubos para se alimentar, criando temor nos moradores. Levou a polícia a tentar prendê-lo e que numa das perseguições foi ferido e morto.
Esses casos do Rastilho são muito conhecidos pelos que moram na Zona Rural de Jaguarão, mais precisamente na 2ª Zona, ou 2º Distrito, em Santana, já na cidade, muitos não conhecem. O Senhor Nestor Silva há alguns anos atrás relatou dizendo que trabalhou com o Negro Rastilho quando iniciou a Granja São Gabriel e que regulavam de idade, 16 a 17 anos. A primeira surpresa começou quando num fim de semana, jogavam uma pelada de futebol e que lá pelas tantas estavam no intervalo do jogo, fumando, quando Rastilho fez uma proposta: Se vocês me derem uma carteira de cigarros, eu abro o cadeado da cantina da granja. Eles aceitaram a proposta de Rastilho. Batendo de costas, as portas se abriram sem ofender o cadeado, só com o poder do pensamento.
Essa atitude ele praticou várias vezes quando estava sem cigarro e encontrasse alguém que duvidasse. Os espertos sempre aparecem. Logo, logo, apareceram os vivaldinos que se fazendo de amigos, incitavam o Rastilho a abrir outras portas para roubarem, aterrorizando a população. Rastilho foi morto e enterrado no mesmo local, propriedade do Sr. Hélio Silveira. Com o protesto do proprietário do campo, o Dr. Mirabeau Pacheco Baltar se ofereceu a fazer um túmulo em sua fazenda e levar os ossos do Rastilho para lá. É em estilo capela com um funil no topo, onde as pessoas colocam cachaça para o interior, diretamente sobre os ossos. É diferente das demais oferendas a outros milagrosos onde as bebidas são postas fechadas ou derramadas no chão. Existem várias placas no túmulo.
Placa Central: RAMÃO MACHADO – NEGRO RASTILHO – FALECIDO EM 13.07.1945.
Existem outras placas, com pedidos, oferendas e o nome dos beneficiados.
Certa vez, o Dr. Mirabeau estava com uma lavoura perdida quando fez uma promessa para o Rastilho, salvando toda plantação. O seu Nestor diz que tem muita crença no Rastilho e que toda vez que toma uma cachaça não derrama num canto da sala como fazem para os demais santos. Ele bebe e o Rastilho bebe com ele. Conta também que o Rastilho sendo, uma vez, perseguido pela polícia, tirou o cinto da cintura, colocou no pescoço de um cavalo xucro e este não corcoveou levando-o até a 2ª Zona. Quando seu Nestor esteve com problema na próstata, fez promessa e foi salvo.
Um empregado da estância, metido a esperto costumava tomar as cachaças das oferendas, sempre prometendo que iria devolver em dobro. Resultado: morreu louco. Um operário, desacorçoado por não receber seus salários, fez uma promessa que se recebesse iria colocar doze garrafas de cachaça no túmulo. Para sua surpresa, ao chegar na sua casa, as luzes dos tratores começaram a piscar misteriosamente e na mesma hora chegou o patrão que deu seu salário além do esperado.


ILHA MISTERIOSA NO RIO JAGUARÃO

O belo e sinuoso rio Jaguarão tem suas nascentes no município de Bagé, proximidades de Candiota como um pequeno riacho que atravessa o município de Herval do Sul, e que pega as características de rio. O mesmo atravessa áreas de pedras, cerros, passos que serviam para grandes contrabandos, cachoeiras e muitas ilhas. Entre tantas ilhas e seus contos que se passaram de geração em geração, vamos falar sobre a ilha misteriosa.
A ilha está localizada próxima ao posto das bombas da CORSAN (areal do Hermes Ferreira). Muitas pessoas e pescadores profissionais e amadores que contam as assombrações enxergadas durante a noite naquela ilha. A assombração mais marcante é a de um gaúcho que montando um cavalo branco atravessa a meia noite, da terra para a ilha, fazendo um grande escarcel e barulho nas águas do rio. Certa vez, outros pescadores amadores acampados nas proximidades das bombas que puxam as águas do rio para a hidráulica no alto do Cerro da Pólvora, que trata e larga para a população, ouviram a agitação das águas e um grande vento e barulho estranho entre as árvores da ilha. Não viram o gaúcho a cavalo. 
Conta a lenda que um pescador havia encontrado uma panela de moedas de ouro, enterrada na ilha. Contrabandistas a cavalo souberam do achado do pescador, mataram-no, enterraram nas areias o corpo, dividiram as moedas e estes foram motivos para a infelicidade de todos os cavaleiros que participaram desse saque. A partir dessa aventura, os pescadores avistam a meia noite, muitas luzes, barulhos e a figura do cavaleiro atravessando em disparada às águas do rio. 
Outra curiosidade dos pescadores que acampam por lá é a disparada dos guizos durante toda noite, sendo que a maior parte das vezes não existe peixe fisgado, mas assim mesmo o sininho tocava.
É certo que muito dinheiro girou nessas travessias e que disparando dos guardas brasileiros e uruguaios escondiam suas armas, utensílios e dinheiro nessa ilha. Por isso, acredita-se que muitas aventuras tenham acontecido e que fortunas escondidas, tenha gerado ambições e crimes que através dos tempos seus espíritos continuam repetindo as perseguições e vinganças que se vivencia como as assombrações.


CRUZEIRAS ASSASSINAS

Esta história foi contada pelo brigadiano Ramires. Certa vez, ele e um colega estavam pescando num açude, perto da divisa de Arroio Grande. Esse açude é famoso pelos ninhos de cruzeiras. Eram altas horas da noite e as linhas corriam a todo momento. Tiravam traíras aos montes. Lá pelas tantas, ouviram uns gritos de mulher. Ficaram encucados ao ponto de Ramires querer intervir, pensando que alguém estivesse dando na mulher, quando o colega aconselhou que não se metesse, pois deveria ser briga de casal. Os gritos continuaram até a madrugada. Ao amanhecer, apareceu um gaúcho montado à cavalo, perguntando como estava a pescaria, quando responderam que haviam tirado um monte de peixe. Perguntaram se ele, gaúcho, queria alguns. O gaúcho respondeu que pegaria duas ou três como sempre faz com os pescadores que são bem sucedidos, depois perguntou se tinha ocorrido tudo bem, quando responderam que sim, e perguntaram se morava algum casal nas proximidades. O gaúcho respondeu que não e que ele morava sozinho naquele local. A seguir quis saber porque perguntava. Quando passaram a relatar os gritos da mulher. O gaúcho disse:
- Foi bom vocês terem ouvido, porque tenho receio de dizer o que já ouvi neste local, para não pensarem que estou ficando louco. E continuou: - Estão vendo aquelas paredes de uma tapera de rancho de torrão? Pois nesse local, morava um casal e como existem várias ninhadas de cruzeiras, certa vez encontraram os dois mortos, mordidos pelas cobras.
Já faziam muitos dias e os cadáveres estavam em estado de putrefação. A partir dessa data, se ouve os gritos do casal em estado apavorante.
Os brigadianos ficaram apavorados com o que ouviram durante a noite e mais apavorados ainda, quando mataram cinco cruzeiras num caminhozinho entre as macegas daquele banhadal. Em resumo: nunca mais voltaram lá. Não se sabe se foi pela assombração ou pelo número de cobras existentes.


O MEDALHÃO DE PRATA

Esta história foi contada por um senhor o qual foi guarda de um dos cemitérios de nossa cidade.
Ele relata que certa noite estava de ronda do local, e ao fazer as caminhadas pelos corredores do tal lugar para ver se estava tudo em ordem avistou um vulto de um homem que parecia procurar alguma coisa.
Então resolveu chegar mais perto e perguntar se estava precisando de ajuda. O mesmo (vulto) disse-lhe que estava à procura de um medalhão de prata, mas que iria embora, pois não tinha encontrado.
O Guarda pensou: - Poxa, esse cara deve estar louco!  Mas mesmo assim resolveu acompanhar o mesmo até a saída do local Ao caminhar entre os corredores do cemitério, o guarda notou que o homem começou a apurar os passos e, o guarda, continuou seguindo. De repente o homem (vulto) começou a correr e o guarda correu também. Até que dobra rapidamente para um corredor mas acaba sumindo entre os túmulos.
Ao amanhecer o guarda resolveu fazer uma busca nos corredores do tal lugar para ver se encontrava o referido homem. Ao caminhar pelo corredor o qual o vulto estava a noite passada, notou que em cima de um túmulo, havia um medalhão de prata que o estranho homem estava a procura. Ao olhar o retrato no túmulo, percebeu o guarda, que aquele era o mesmo que o vulto procurava.
O guarda ficou pálido, soprou um vento forte na sua direção, parecia estar sentindo a presença do espírito daquele vulto. Ele então fez o sinal da cruz e saiu rapidamente do local.


O VULTO DE UM ESCRAVO

Nas proximidades da divisa de Jaguarão com Herval, existe uma propriedade rural bem pertinho do “Passo do Centurião”, que é famosa por assombrações e acontecimentos estranhos que no passado era muito comentado, principalmente quando aquele passo era muito movimentado por contrabandistas, fazendeiros e viajantes, pois existia um certo povoado, um posto policial e aduaneiro de cada lado do rio Jaguarão e um enorme armazém de secos e molhados, tecidos entre outras coisas, num casarão com formato da letra “U”, tendo uns cinqüenta metros de frente e de vinte a trinta metros de cada lado.
Era o famoso armazém do Centurião onde os fregueses, no bate papo das cervejadas, vinhos e outras “cocitas más”, trocavam as informações, as notícias e as fofocas da região.
Entre os contos citados pelos velhos gaúchos daquele lugar, destaca-se esse da fazendola ali de perto. Dizem que é cheia de assombrações porque o primeiro proprietário era muito mau, degolava qualquer um que não gostasse da cara e principalmente escravos que ele abusava demais.
Adones Andrade que certa vez trabalhou de pedreiro numa estância próxima, foi até a fazenda assombrada e pediu para pescar num açude que ficava uns mil metros abaixo das casas. Foi advertido pelos atuais moradores que nenhum pescador havia conseguido êxito pois abandonavam apavorados pelos mistérios que apareciam. Era uma noite clara, de lua cheia. Adones é bastante cético, disse que iria porque não acreditava em aparições. Emvista da sua coragem o morador ofereceu-lhe que poderia ir num petiço até o local. Montou em pêlo e lá se foi.
Chegando na beira da água, fez um  foguinho e aqueceu numa cambona que outros pescadores haviam deixado. Quando aproximava a meia noite, as linhas começaram a correr, ele puxava e não tirava nada. Nesse meio tempo, Adones começou a ouvir barulhos como se alguém estivesse arrastando uma corrente no meio do mato e pressintiu que não estava sozinho, pois tinha a sensação de estar vendo o vulto de um escravo com uma corrente e algema. A pescaria acabou logo ali, pois lhe veio no pensamento as atrocidades que o proprietário do casarão fazia com seus subordinados, então montou no petiço e “pernas pra que te quero”.


UM DISCO VOADOR NO AEROPORTO

A Varig teve agência em Jaguarão de 1930 até a década de 60. Eram três vôos por semana, no início com aviões pequenos para 5 passageiros depois o Eletra com 9 passageiros e tripulação vindo a seguir o Douglas com 21 passageiros e mais a tripulação.
Porto Alegre, Pelotas, Jaguarão, Santa Vitória e vice-versa. Certa vez o avião pousou mas não conseguiu frear caindo num banhado sem ferir ninguém. Duas vezes caíram nas imediações de Pelotas matando os passageiros.
Quando o tempo estava turbulento, Porto Alegre pedia para iluminar a pista para vôos noturnos (Porto Alegre – Montevideu.
Numa conversa com o Sr. Osvaldo, fundador do Grupo de Assuntos Ufológicos (discos voadores) e membro do clube de cinema de Jaguarão, aconselhou a falar com Idelfonso Pereira – ex-funcionário da VARIG, sobre um caso estranho que lhe aconteceu.
Quando pintava uma emergência Idelfonso pegava um carro de quatro rodas onde continham vários lampiões. Puxava esse carro e distribuía lampiões por ambos os lados da pista de pouso. Certa vez, numa noite escura, estava colocando as últimas iluminações no final da pista que situa-se atrás do cemitério municipal. Repentinamente surge uma luz como se fosse um gigantesco holofote, clareando todo campo do aeroporto e cemitério, não produzia ruído nem vento, embora a vegetação deitasse como se estivesse soprando um vendaval, tal era a intensidade da luz, Idelfonso fugiu apavorado, deixando o carro no fundo do campo e mais tarde, quando transmitiram de Montevidéu por rádio, que o avião havia pousado, ele não obedeceu a ordem e não voltou para recolher os lampiões, que passaram toda a noite acesos e só foram apagados depois de clarear.
São mistérios que acontecem constantemente e até inspiraram muitas pessoas espalhadas pelo mundo inteiro a criarem grupos de estudos sobre esses fenômenos, que certamente não tem nada a ver com os espíritos, mas assustam e são considerados mistérios, mas a maior crença é que sejam habitantes de outros planetas.


MENINO DE 14 ANOS REENCONTRA SEU PAI APÓS 4 ANOS DE FALECIMENTO

Esta história é contada por um dos mais antigos moradores do Bairro Carvalho, só não declara sua identidade devido a história ser real e de grande valor sentimental para o mesmo. O que segue abaixo é o relato de uma carta feita pelo mesmo:
“Tudo começou quando eu tinha apenas quatorze anos em 1956, na época minha mãe estava freqüentando um culto afro e todas as sextas feiras, eu a acompanhava, pois os cultos eram de noite e longe de nossa casa, e eu tinha que efetuar a tarefa de homem da casa, pois meu pai havia falecido a quatro anos atrás, assim deixando mamãe e três filhos. Após dois anos de falecimento, começaram a acontecer coisas estranhas dentro de casa, tais como: estalos no teto, a porta se abria, etc. Mas nunca havia me levantado para ver o que era tudo aquilo, então uma noite resolvi me levantar, “antes não tivesse ido”, pois quando cheguei na cozinha a porta estava aberta, a luz acesa e o mais incrível, a cadeira de balanço onde papai costumava tomar chimarrão, se levantava ao lado do fogão a lenha e se embalava sozinha.
Alucinado saí em disparada gritando para todos os cantos, rapidamente mamãe correndo me perguntava: “O que havia acontecido para tal espanto?” Contei o que havia acontecido, mas ela não acreditou e disse que eu estava ficando louco. Em seguida, fomos para o tal culto, onde um espírito possuído em uma pessoa chegou perto de mim e disse que em breve eu iria me encontrar com meu pai, mas eu somente ia saber que era ele no outro dia, fiquei ainda mais espantado e fui para casa. Não consegui dormir durante três noites. Na quarta noite, meu irmão menor Celinho, ficou doente e tive que sair as pressas atrás de um médico, o qual morava nas proximidades do Cerro das Irmandades. Naquela época, poucas ruas tinham luzes, caminhava sempre pelo meio da rua, pois tinha medo que alguém pudesse me fazer alguma coisa, quando de repente surgiu um homem, todo de preto, com um chapéu nos olhos, perguntando onde eu ia. Então falei e ele decidiu me acompanhar, pois estava indo para aqueles lados, durante o caminho conversamos coisas tão em comum que até parecia que já nos conhecíamos de algum lugar, chegando perto da casa do doutor, ele disse que continuaria caminhando até chegar em sua casa, pois foi quando perguntei onde ele morava. Somente me disse que morava passando a curva, em uma casa cercada de muros brancos e grades. O nome da rua era Avenida da Saudade nº 44. E estava dentro de um coração de 14 anos. Não entendi o que ele quis dizer com isso, mas cheguei na casa do doutor e retornei com o médico para casa. No outro dia me deu um aperto no peito de tanta saudade de papai, e não tinha com quem conversar, então resolvi procurar o homem daquela noite. Chegando na subida do cerro, dobrei pela curva e me deparei com uma casa branca com muros pela volta mas o número não era o 44. Aí ele me respondeu que ali só tinha duas casas e não eram esse número. Expliquei o que havia acontecido e pela descrição do homem, ele disse que era o cemitério, achei que o velho estava ficando louco, mas decidi entrar e procurar o nº 44, até que encontrei. Era o túmulo de papai, então comecei a pensar e recordar o que aquele homem havia me dito, que era a rua da saudade, a qual sentia de mim e que estava com um coração de 14 anos, o qual, também era eu, e o muro que cercava uma casa após a curva, era o Cemitério. Fui para casa e contei tudo para minha mãe que acabou acreditando, mas até hoje eu falo com papai através de velas no cemitério. Acendo as velas e lhe faço uma pergunta se elas apagarem quer dizer NÃO, mas se as chamas ficam mais fortes significa SIM. “Hoje meu coração está velho, mas a vontade de reencontrar meu pai é recente, tenho absoluta certeza de que não falta muito, para que eu parta dessa vida para outra, pois estou muito doente.”


O VIZINHO LOBISOMEM

Alécio Cabrera, veterano carnavalesco e fundador do Conjunto Tremendões do Morro. O conjunto tem esse nome porque foi criado em sua casa onde mora a mais de cinqüenta anos. Alécio que sempre foi boêmio, chegando em casa nas madrugadas, tinha muito caso para contar. O que marcou é a aparição, desde que era rapazinho, de um animal cinza parecido com um cão, mas do tamanho de um terneiro. A primeira vez que viu, tinha seus 17 ou 18 anos, levantou ainda à noite para tirar leite, quando ouviu um barulho muito forte e a cachorrada do cerro em pânico.
Até a vaca estava assustada, olhou para o lado e viu numa distância de uns trinta metros um animal cinzento que uivava ecoando em toda zona, cujo som alcançou as casas bem distantes conforme o comentário das pessoas, outro dia. A partir daí esse episódio se repetiu todas as sextas-feiras de lua cheia, ao ponto de sua família se acostumar e perder o medo. Certa vez o animal veio até o pátio de sua casa e se encostou numa figueira. Como Alécio tinha prática de arremessar facas, se aproximou do bicho, atirou uma faca, e este saiu uivando enraivecido, e Alécio o seguiu verificando a casa que havia entrado, que era de um amigo seu, homem estranho e muito malvado, recalcado, voltando para casa encontrou a faca cravada na figueira. A partir daí, o homem se fechou com ele, fazendo tudo para provocar uma briga.
Em 1970, o Brasil se tornou campeão mundial de futebol, ou seja, tri-campeão. Foi uma festa muito grande na redondeza com muito foguete, motivo para o seu fulano se irritar e dar 7 tiros no Alécio, pegando um só de raspão nas costelas. Depois disso passou a ameaçá-lo de morte havendo registro na delegacia. Muitos anos se passaram até que cujo personagem morreu e nunca mais a vizinhança avistou tal animal horrível. Ninguém mais viu, mas Alécio, que hoje mora sozinho, recebe a visita de seu inimigo, como uma fumaça em forma de gente que passeia por toda a casa.
Na casa onde morava tal pessoa endiabrada, está uma tapera, porque ninguém conseguiu morar lá. Alécio desafia quem tiver coragem de ficar uma noite lá prometendo dinheiro como recompensa.


OS QUATRO CAVALOS MISTERIOSOS

Não são as mulas-sem-cabeça ou cavalos-sem-cabeça, que cospem fogo pelo pescoço cortado.
Não é o boi-tatá, um fogo volante, às vezes em forma de pássaro, voando, à noite, por entre as pedras brancas de granito e as moitas de corunilhas.
Sâo luzes de fogo de cavalos, a galope, a deslizarem pelo ar, a um metro do chão, mais ou menos.
É um barulho tão forte que dá a impressão de uma grande tropilha de cavalos, passando por cima dos tropeiros e dos viajantes que passam a noite, pelo local denominado Apertado, na estrada Jaguarão/Herval do Sul, perto do cemitério e da Vista “do Cerrito" a cerca de 50 quilômetros do município de Jaguarão.
São 4 formas de cavalo, em fogo azul ou muito branco, e apesar dessas cores, os tropeiros e os viajantes noturnos dizem (não sabem explicar) trata-se de um cavalo branco, um cavalo mouro, um colorado e um tostado malacara.
Correm pelo ar, riscando a negra noite numa barulheira danada, só ouvida pelos seres humanos. Dizem que os animais bovinos e os animais selvagens não conseguem ouvi-los: só os humanos, só os humanos...só os seres humanos!
A história verdadeira, porque não é boitatá nem mula-sem-cabeça é contada pelo velho tropeiro Barnabé, descendente dos antigos escravos e que diz ser parente do Negrinho-do-Pastoreio. Diz ele que é neto de um irmão do Negrinho-do-Pastoreio, aquele da lenda, que correu num cavalo baio contra um cavalo mouro.
O que o seu Barnabé conta é que na época da Revolução Farroupilha, mais exatamente em 1837, quatro farrapos, da causa farroupilha, tornaram-se bandidos assaltantes e salteadores de estâncias e de casas de moradia.
Esses 4 renegados montavam um cavalo baio, um mouro, um colorado e um tostado malacara.
Naquela época Jaguarão era uma cidade rica, com riqueza oriunda das Charqueadas, e os fazendeiros guardavam nos cofres das suas casas das estâncias, patacões de ouro e onças de ouro, as moedas fortes e ricas daquela época de fartura e abundância.
Acontece que, ao assaltarem uma casa muito rica, de um rico estancieiro, perto da Vila do Cerrito (e do cemitério de mesmo nome), o dono da casa, junto com seus escravos, cortaram a cabeça dos assaltantes. Essas cabeças foram enterradas debaixo de uma grande pedra, na beira da estrada, à direita de quem vai de Jaguarão à Vila do Cerrito.
E os 4 corpos, abandonados aos caranchos foram, dias depois, por cristãos piedosos (o cura da vila e seus seguidores) enterrados no cemitério do Cerrito, sem as cabeças.
Mas o dono da casa, não sabia que, antes decapitarem as cabeças dos larápios, os 4 cavalos já estavam com as maletas nos seus lombos, junto com os arreios, cheias dos patacões e onças de ouro, numa quantia de muitos quilogramas de ouro.
Com o tiroteio, os cavalos saíram em disparada e o ouro foi espalhando-se por entre as pedras brancas de granito, por entre as corunilhas, as sangas, os arroios e as canhadas daquela zona misteriosa e assustadora.
Ainda hoje, nas noites de aparição das assombrações contam quem as vê, que os fantasmas dos cavalos têm por montaria os corpos-sem-cabeça dos decapitados ali enterrados.
Dizem que eles não procuram mais as moedas de ouro, mas sim estão procurando as suas cabeças, para terem paz e escaparem da danação do inferno em que mergulharam.
Contam também que ainda viajantes e tropeiros tem achado moedas de ouro naquela pedra grande à direita, na estrada a pouca distância do cemitério do Cerrito.
Será que existem moedas enterradas junto com as 4 cabeças embaixo dessa pedra?


ASSOMBRAÇÃO NA ENFERMARIA

O Sr. Valter Brignol Roldan, foi ronda da Enfermaria Militar por um bom tempo. Ele relatou algumas coisas apavorantes que já viu por lá.
Além das coisas que ele via, os próprios militares que trabalhavam lá e outras pessoas que estiveram doentes, relataram coisas sobre esse centenário hospital do exército que socorreu muitos feridos na guerra do Paraguai. Nesse casarão morreu muita gente, tendo até uma capela velatória. Na madrugada as pessoas ouviam barulhão de panelas e pratos retumbando no chão e quando os sentinelas corriam até a cozinha, estava com tudo em ordem. Depois que deixou de ser hospital, cederam para uns sargentos solteiros e alguns casados morarem lá, e nenhum conseguiu agüentar por muitos dias.
Mas voltando ao assunto do Sr. Valter, disse que numa noite escura e com relâmpagos e trovoadas, estava no portão, esperando chegar à hora de largar a meia noite. Eram onze e meia da noite, quando olhou para a Rua da Paz, e viu que vinha uma pessoa caminhando no repecho em direção aquelas ruínas. Ela entrou no terreno e se dirigiu a ele perguntando se poderia entrar, o que ele respondeu que sim. Passaram-se muitos minutos e a curiosidade do seu Valter, o levou até o pátio central ver o que ela fazia. Estava sentada num banco de pedra, com a cabeça escorada nos braços contra o encosto. Pensou em muitas coisas que poderia estar acontecendo com ela, mas pegou ânimo e foi até próximo a moça perguntar que horas eram. Ela respondeu: Faltam dez para meia noite.
Nisso, rescendeu uma luz e a moça desapareceu num relâmpago. Seu Valter saiu ligeiro caindo e com os cabelos em pé, e assim foi até sua casa.


A BONECA DE PORCELANA DO MUSEU DR. CARLOS BARBOSA

Existe dentro do museu uma boneca de porcelana que foi dada de presente a uma das moradoras da casa na época do seu nascimento, que ocorreu no ano de 1886. Tal boneca foi dada de presente da avó para a primeira neta que chegava àquela família.
Passado mais de 120 anos, não existindo nenhum descendente da família, a boneca ainda está lá, no mesmo lugar onde ela era guardada; num cantinho do quarto de sua dona, sentada em uma cadeirinha de balanço. A única avaria sofrida pela boneca foi no ano da inauguração do museu, em 1975, quando uma senhora contratada para limpar e organizar a casa que seria aberta à visitação do público como casa museu, resolveu dar uma atenção especial ao presente que com tanto carinho Eudóxia, sua dona, havia conservado por tanto tempo. Limpando a porcelana, esta senhora apertou com certa força a cabeça da boneca vindo a cair os dois olhos da boneca, ficando um pouco assustadora.
Por concenso da diretoria que dirige a Fundação Dr. Carlos Barbosa e que é mantenedora do museu de mesmo nome, ficou resolvido que a boneca não seria restaurada para não perder suas características originais, pois se tratava de uma peça do século passado.
Conta a lenda que esta boneca recorre as salas da casa bem como o imenso passadiço que contorna a casa internamente.
Esta personagem não tem um metro de altura, por isso fica difícil enxergá-la pela rua, mas existe uma senhora que zelou pelo museu a mais de 20 anos, vindo a dormir em um dos quartos dentro da casa e que já assistiu “coisas estranhas” como ter a impressão de que viu a boneca andando pela casa ou de encontrá-la sentada de maneira diferente como havia sido deixada.
Assustando ou não a boneca permanece no seu cantinho zelando pela casa, sentadinha na sua cadeirinha de balanço divertindo uns e assustando outros...


CAUSO DO MUSEU SOBRE OS PRÓPRIOS MORADORES

Dizem os mais antigos que as pessoas que eram ligadas aos pertences materiais não se desligavam dos seus bens após a morte.
As últimas moradoras da casa museu foram as duas herdeiras remanescentes de Carlos Barbosa: Eudóxia e Branca Barbosa. Elas viveram na casa até a década de 70. Cuidavam dos pertences como se nunca fossem se desfazer ou desligar de nenhum objeto.
Em 1975 faleceu Dona Eudóxia, a filha do meio da família Barbosa e última filha viva. Quando esta veio a falecer, deixou a casa completamente intacta, ou seja, tudo conservado no seu lugar a pelo menos 50 anos.
Há também histórias sobre a visita que as irmãs Barbosa fazem esporadicamente à casa onde viveram para ver se tudo continua como foi deixado por elas. (A idéia de transformar a casa em museu foi expressa pela Eudóxia em seu testamento e a condição vigente seria de abrir o museu conforme a casa havia sido deixada por ela, mas que nada poderia sair do seu ambiente e nada de novo poderia fazer parte do conjunto).
Quando acontecem suas visitas esporádicas, nunca sabemos quando ocorrerá a próxima, percebemos sua vinda quando algum objeto é deixado espalhado pela casa ou fora do seu lugar e então, quando voltamos para buscá-lo, com a certeza que foi deixado em tal lugar e não encontramos é só aguardar dois ou três dias, conforme sua “vontade ou castigo” que encontramos no mesmo lugar onde havia sido deixado e que no dia seguinte havia sumido; ou também se fazem notar quando as portas internas da casa que são mantidas fechadas se abrem aparentemente sozinhas e sem ajuda do “vento”.




FONTE: Estas histórias estão no extinto jornal Nova Manhã. Algumas edições estão no Instituto Histórico e Geográfico de Jaguarão.

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